Aprendi que a vida nos ensina com lições muitas das vezes amargas. Hoje, quando relembramos os 30 anos do trágico acidente do barco Novo Amapá, devemos refletir sobre as lições deixadas pelo fato. Muitas pessoas morreram pelo descaso de quem deveria zelar pela segurança daqueles que utilizam nossos rios como caminhos que interligam sonhos e esperanças. Mas, o que ficou de lição? Creio que muito pouco. Ainda assistimos inúmeros barcos navegando com carga e número de passageiros acima de sua capacidade. Alheias aos perigos nossa gente vai e vem desafiando a morte e a força das águas barrentas dos rios de nossa região. Até quando vamos ficar inertes "a ver navios"? De braços cruzados aguardando um novo desastre.
É claro que somos coniventes com esse descaso. Todos temos nossa parcela de culpa, pois fazemos vista grossa quando vemos, principalmente na época do Festival do Camarão no Afuá, as embarcações sairem lotadas sem a menor cerimônia. Sabemos que a Capitania dos Portos carece de estrutura para realizar de maneira mais eficiente sua função de fiscalizar e coibir tais abusos.
Será que estamos esperando um novo "Novo Amapá"? Ou estamos esperando que um novo Amapá nasça para que as coisas voltem a funcionar.
Devemos tirar uma lição do ocorrido: os erros ocorrem para que aprendamos a não cometê-los novamente. O Amapá está passando por maus bocados, frutos de erros cometidos. Lembremo-nos da lição para que eles não mais ocorram.
Acredito que um novo Amapá está nascendo, com mais honestidade, mais justiça, mais igualdade e, acima de tudo, com mais amor. Precisamos amar nosso Amapá, pois quem ama cuida, protege, acalanta...
Que venha um Novo Amapá.
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