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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Soneto da Infelicidade.
Neto Mont’Alverne

Busquei neste soneto um motivo,
Para te maldizer só por vingança.
Você me maltratou feito criança,
Um dia não serei tão compreensivo.

Se lembras de como eu te tratava,
Certamente esboçarás leve sorriso.
Fiz coisas, pois faltava-me juízo,
Mas todas só porque eu te amava.

Parei de contemplar as madrugadas,
De farras, festas e de boemias.
Andei atrás de ti todos os dias,
Passei a ter uma vida regrada.

Mudei tanto que até o meu amigo,
Que nessa vida inteira cultivei.
Logo deixou de conversar comigo,
Dizendo que maluco eu fiquei.

Todos me perguntavam o que havia,
Por que estava agindo desse jeito.
Só eu sabia dentro do meu peito,
O amor que dentro dele eu trazia.

Foi uma vida inteira te esperando,
Tentando aparecer em sua vida.
Em vão tentei buscar uma saída,
Meu coração não estava suportando.

No dia em que eu criei coragem,
No meio da avenida declarei.
Do meu sincero amor eu te falei,
Mas você disse que era bobagem.

Naquele instante perdi os sentidos,
Meu coração aos prantos se prostrou.
Tentando respirar se espedaçou,
No asfalto dos enredos esquecidos.

Queria ser boêmio de outrora,
Pra naquele momento de agonia.
Beber o mundo com toda euforia,
Pra quem nada tem pressa e nem demora.

Passados esses anos hoje sinto,
Ainda o amargor em minha garganta.
Nada mais nesse mundo me espanta.
Vagueio num imenso labirinto.

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